Em 3 dias, o melhor da Bélgica Francófona

Depois de em 2018 ter feito uma curta escapadela à Bélgica, que incluiu Bruxelas, como não poderia deixar de ser, a parte da Região da Flandres, Bruges, Gante e Antuérpia, desta vez a escolha recaiu pela parte Francófona, a região da Valónia: Charleroi, Liége e Waterloo. A Bruxelas foram dispensados mais dias, os quais serão tema do próximo artigo.

Bruxelas, o celebérrimo Manneken Pis, ponto de romaria massiva de turistas

Charleroi

As cidades da Região da Valónia em beleza são incomparáveis com as suas congéneres Flamengas. Charleroi é o exemplo mais que perfeito! É sobretudo um ponto de entrada no país, pois nas suas proximidades situa-se um aeroporto utilizado pelas companhias aéreas “low cost”, chamado de “Bruxelas-Charleroi”. Deve ser dos aeroportos mais ruins do mundo, saindo do terminal, o uso das casas de banho é  pago!

A cidade em si é pequena. Divide-se basicamente em "Parte alta" e "Parte baixa". Esta última, junto à estação de comboio, a Charleroi-Sud, onde chegamos no autocarro desde o aeroporto, temos a chamada “parte baixa”, a sua zona ribeirinha, nas margens do Rio Sambrecom diversas pontes próximo da zona comercial, de restaurantes e bares nas proximidades, e também uma famosa galeria comercial, a Rive Gauche.
Charleroi, junto da estação central

 
Charleroi, Rio Sambre


Charleroi, estátua "O ferreiro em repouso"

Charleroi, Galerias Rive Gauche

A cidade localiza-se numa área onde abundam jazidas de hulha, daí possuir uma forte componente industrial, de siderurgia, metalúrgica e de maquinaria, o que justifica a sua envolvente arquitetónica que nos fazer lembrar a Revolução Industrial.

Charleroi, a tradicional arquitetura típica da Revolução Industrial

Na "Parte alta", destaca-se a Praça Charles II, onde podemos visitar a Catedral de São Cristóvão ao lado da Câmara Municipal, chamada de Hôtel de Vile.

Charleroi, Praça Charles II, Edifício da Câmara Municipal (Hôtel de Vile)

Charleroi, Praça Charles II, Catedral de São Cristóvão





Charleroi, Praça Charles II, Catedral de São Cristóvão

Charleroi, Praça Charles II, Catedral de São Cristóvão (interior)

Charleroi, Praça Charles II, Catedral de São Cristóvão (interior)

O Carnaval é tradicional por estas paragens, pelo que visitar um local onde os trajes e figuras alegóricas são guardadas, é possível nessa altura do ano.

Charleroi, Adereços para o desfile de Carnaval

Charleroi, Adereços para o desfile de Carnaval

Charleroi, Adereços para o desfile de Carnaval

Liège

Bem mais interessante que Charleroi, mas mesmo assim longe da beleza das cidades da região da Flandres...
A Liège chegamos de autocarro ou de comboio à zona da Praça dos Guillemins, onde se localiza a estação central, a Gare Liège-Guillemins, a gare mais importante da região da Valónia. Obra do famoso arquiteto Santiago Calatrava, daí as suas parecenças com a nossa Gare do Oriente. Foi inaugurada em 2009 é um símbolo da cidade e o seu edifício mais fotografado.

Liège, Gare Liège-Guillemins

Liège, Gare Liège-Guillemins

Liège, Gare Liège-Guillemins, muito parecida com a nossa Gare do Oriente...

Liège, Gare Liège-Guillemins, muito parecida com a nossa Gare do Oriente...


Liège, Gare Liège-Guillemins, muito parecida com a nossa Gare do Oriente...

Partindo da Praça Guillemins podemos facilmente explorar a cidade, percorrendo as margens do Rio Mosa, do qual o Rio Sambre (de Charleroi) é efluente. Atravessado por várias pontes, sendo a Ponte de Fragnee a mais importante. O passeio por esta zona ribeirinha é obrigatório e daqui acedemos à zona antiga da cidade. 

Liège, Rio Mosa
 
Liège, Rio Mosa


Aos Domingos existe uma feira nesta zona que é sempre um regalo visitar e provar várias igauarias nas bancas de comida de rua

Liège, comida de rua no mercado 

Liège, comida de rua no mercado 

Liège, comida de rua no mercado 


Na zona antiga, a Montagne de Bueren, uma escadaria com 374 degraus que constitui o ponto alto da visita a Liège. Do seu alto desfrutamos de bonitas vistas sobre a envolvente urbana.

Liège, escadaria da Montagne de Bueren

Liège, escadaria da Montagne de Bueren

Liège, final da escadaria da Montagne de Bueren, vista sobre a cidade


Subindo mais um pouco pela montanha, encontramos a Citadelle de Liège, uma antiga fortaleza, que foi construída por volta do ano 1000. Aqui é mesmo no sentido literal, o ponto mais alto da nossa visita. O local tem a forma de um quadrilátero alongado de 25 hectares ladeado por valas, portões e várias torres. 


Liège, Citadelle


Destaca-se o monumento de homenagem ao 14º Regimento de Linha do exército Belga, que lutou durante a I Guerra Mundial. 

Liège, Citadelle, monumento de homenagem ao 14º Regimento de Linha do exército Belga

Na zona antiga, o centro da cidade, destaca-se o edifício da Catedral, da Ópera e do Palais des Princes-Évêques, onde atualmente funciona como Palácio de Justiça e também as ruas da zona comercial

Liège, Palais des Princes-Évêques

Liège, Ópera

Liège, zona comercial 

Liège, Catedral


Waterloo

Sem dúvida que de todas elas esta é a parte mais importante da Valónia que visitei.
O reinado de Napoleão Bonaparte teve aqui o seu fim trágico. Este político e general francês nascido na Córsega e reinou como Imperador da França sob o nome de Napoleão I de 1804 a 1814, e depois novamente por um breve período em 1815 foi uma figura incontornável da História da Humanidade.
O local é acessível de comboio desde Bruxelas, sendo Braine l'Alleud a estação onde deveremos descer. Depois são cerca de 3Km a pé!
Tudo isso ficaremos a saber ao visitar o Museu Waterloo Battlefield. A história da ascensão e queda deste imperador, que se iniciou no término da Revolução Francesa.

Museu Waterloo Battlefield, Napoleão Bonaparte

A sua subida ao poder. Já muito antes da União Europeia ser formada, ele já idealizara algo semelhante. O problema é que os restantes países não concordavam com isso, serem dominados pelos Franceses e muito menos terem nos seus países cargos políticos ocupados por familiares...o preço a pagar era guerra e invasões. A Inglaterra resistiu, Portugal como aliado da mesma, também sofreu as consequências, as Invasões Francesas, que nos saquearam muito do que trouxemos das antigas colónias, e por último a Rússia.

Museu Waterloo Battlefield, guilhotina, o símbolo da Revolução Francesa

Museu Waterloo Battlefield

Museu Waterloo Battlefield

Museu Waterloo Battlefield

Museu Waterloo Battlefield

Museu Waterloo Battlefield, vestes e objetos dos soldados, encontrados no campo de batalha

Museu Waterloo Battlefield, cranios humanos encontrados no campo de batalha

Destaque para a pintura a 360º que pode ser vista, o Panorama, que mostra o que ocorreu naquele local.
 
Museu Waterloo Battlefield, Panorama, foto a 360º

Museu Waterloo Battlefield, Panorama, foto a 360º


Foi o Duque de Wellington o grande estratega desta vitória que mudou a história da Humanidade. O Campo de batalha, que é um memorial que pode ser visitado, inclusivamente a Fazenda Hougoumont, ponto fulcral de toda a estratégia militar.

Waterloo, Campo de batalha

Waterloo, Campo de batalha

Waterloo, Campo de batalha

Waterloo, Campo de batalha

Waterloo, Fazenda Hougoumont


Voos:

A  Ryanair voa direto de Lisboa para Bruxelas, utilizando o aeroporto Bruxelas Charleroi.Desde o aeroporto existem autocarros para o centro da cidade de Charleroi, e para Bruxelas, através da companhia Flibco

Deslocações na Bélgica

De comboio através da companhia SNCB é possível aceder à maior parte das cidades do país. Note-se que o preço das viagens de comboio na Bélgica é elevado. De autocarro, é mais económico, sendo possível utilizar a plataforma FLIXBUS, as viagens são em auto estrada, sendo as paragens localizadas perto das respetivas estações de comboio principais. 

Hoteis

Liège

O hostel YUST Liege é um local excelente que permite alojamento económico ao estilo Japonês, em quartos partilhados em forma de cápsula. Bastante conforto e privacidade.

Bruxelas


A curta distância do centro da cidade, é possível encontrar alojamento económico em quartos partilhados. O Youth Hostel Jacques Brel foi a minha escolha. Se o nosso objetivo é poupar dinheiro no alojamento, recomendo aqui ficar. Tem as condições mínimas para dormir, tomar banho e ainda inclui pequeno almoço em regime self service.

Comer e beber

Bélgica em termos gastronómicos, além da cerveja, possuindo mais de 3 mil marcas diferentes, os wafle, os chocolates, a batata frita e os mexilhões,  pouco mais relevante deve existir...
Julga-se que a batata frita foi ali inventada. Batatas Belgas, conhecidas em todo o Mundo, as  friet (ou frites) são consumidas também na rua como fast food, vendidas em quiosques especializados chamados de fritkot (ou frituur). Secas, crocantes por fora e macias por dentro, são um regalo. O segredo é o tipo de batata, a "bintje" que possui alta quantidade de amido e permite uma boa resistência ao cozimento, sem absorver muito óleo. São lavadas em água fria e depois secas num pano antes da fritura. E quanto à fritura aqui vai o verdadeiro segredo.  É feita em gordura bovina e não em óleo vegetal, e em duas etapas: num primeiro banho, mais demorado, a uma temperatura de 130ºc, a operação que se chama bringir. Depois disso, a batata descansa, arrefece e na hora de servir é frita novamente a 180ºc até dourar. Esta é a razão porque muitas fritadeiras das cozinhas industriais são duplas. Uma parte para bringir e a outra para fritar! Batatas fritas que acompanham normalmente outros fritos, também em gordura bovina.

Liège, fast food de fritos, onde a batata frita é rainha
 
Liège, gordura bovina para fritar batatas 

Liège, fast food de fritos 



Charleroi, cervejaria, uma cerveja local, uma das mais de 3 mil marcas diferentes



 







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